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MEC vai retomar reuniões com conselhos federais sobre EaD após suspender criação de novos cursos

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Após suspender a criação de novos cursos à distância até março de 2025, o Ministério da Educação (MEC) anunciou que deverá restabelecer, ainda em junho, um processo de reuniões com conselhos federais, gestores, especialistas e representantes das instituições de educação superior sobre a oferta dessa modalidade de ensino.

A decisão do ministério vem na esteira de uma série de pedidos e encontros propostos pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) com argumentos para que a medicina veterinária ficasse de fora do rol de cursos de graduação que poderiam ser ministrados à distância.

Linha do tempo

Ao longo dos últimos meses, a diretoria do CFMV, liderada pela presidente Ana Elisa Almeida, tem realizado reuniões com o MEC e com parlamentares no Congresso Nacional para reiterar a necessidade de que a graduação em medicina veterinária deve ocorrer exclusivamente no modo presencial. “Entendemos que o EaD é uma modalidade de ensino inclusiva, mas precisamos adotar uma série de critérios e cuidados. A gente não pode imaginar que um aluno que esteja longe, sem contato com a parte prática da profissão, consiga prestar um serviço satisfatório à sociedade”, enfatizou a presidente do CFMV.

Em janeiro, uma audiência entre o MEC e o CFMV foi realizada na sede do ministério, em Brasília. Na ocasião, a presidente Ana Elisa Almeida conversou com o diretor de Política Regulatória da Secretaria de Regulação do Ensino Superior do Ministério da Educação (Seres/MEC), Paulo Augusto Meyer Mattos Nascimento. À época, o diretor havia sinalizado mudanças no marco regulatório do ensino à distância no Brasil, situação agora confirmada com a decisão publicada pelo MEC.

Em fevereiro, o vice-presidente do CFMV, Romulo Spinelli, conversou com os deputados federais Marcelo Queiroz, Frederico de Castro, Matheus Laiola e Glauber Braga sobre o ensino à distância para a Medicina Veterinária e apresentou aos parlamentares o posicionamento da autarquia em relação à modalidade destacando que todas as disciplinas da formação, além dos estágios e projetos de extensão, exigem atividades práticas. Novas reuniões para discutir o andamento de projetos de lei sobre o tema estão agendadas e o CFMV contribui com sugestões técnicas e científicas.

Nos últimos anos, o EaD disparou no Brasil (são 4,3 milhões de alunos), como alternativa de cursos mais baratos e com potencial de atender a uma população que precisa conciliar trabalho e estudo. Por outro lado, parte dessas graduações é alvo de questionamentos de especialistas diante da baixa qualidade, a estrutura precária para as classes remotas e de apoio ao aluno.

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